Quem foi proprietário de carro nos anos 80 deve se lembrar de poucos modelos de automóveis nacionais que tivesse versão de motor 1.0. E, de fato, era raro mesmo! Quase todos eram 1300, 1500, 1600 cilindradas, mas nem isso era sinônimo de potência, muitas vezes.
Entretanto, hoje em dia, o 1.0 estão por todo lugar. Toda montadora nacional trabalha com estes modelos, que agora são valorizados e econômicos. Eles têm versões confortáveis e entregam um bom torque para condutores que querem uma experiência convencional de direção para uso diário ou mesmo para ser o carro da família.
O que aconteceu nesse meio tempo? Essa é a chamada “revolução do motor 1.0”, sobre a qual falaremos neste texto.
Como o motor 1.0 evoluiu: primeiro veio a economia
A partir da década de 1990, o motor 1.0 passou a se tornar mais popular, principalmente graças a modelos como o Gol e o Uno, veículos projetados para o motor de 1000 cilindradas, com versões de luxo mais potentes. A ideia era oferecer um carro econômico para um país que se recuperava de uma grave crise econômica.
E, de fato, os carros fizeram um grande sucesso. Entretanto, no começo, os carros “Mil” não ofereciam uma grande eficiência, perdendo em torque e potência. Apesar de bastante econômicos, os carros 1.0 entregavam pouca velocidade. Isso era considerado um dos “contras” destes automóveis. Especialmente para quem gosta de mais arrancada ou de uma esticada maior enquanto dirigia na rodovia.
Entretanto, os carros potentes da época eram beberrões. Um exemplo notório era o Monza, extremamente veloz, mas com um consumo altíssimo, entre tantos outros que ganharam fama por gastarem muita gasolina.
Anos 2000: conforto, experiência e consolidação
A partir dos anos 2000, as marcas passaram a investir mais em tecnologia para gerar potência. As alterações foram feitas no tipo do motor e em diversas outras partes do carro. O Gol de 3ª geração ganhou uma versão 16V mesmo para o motor 1.0 – entre outros exemplos. O Uno ainda é o mais econômico dos populares brasileiros, fazendo uma média de 11 km por litro na cidade.
Só para se ter uma noção da evolução, os primeiros veículos 1.0 dos anos noventa tinham 48 cavalos de potência. Hoje, os “1000” entregam até 70 cavalos de potência, equivalente à performance de um carro 1.6 dos anos 1990.
Outras estratégias foram utilizadas pelas montadoras para dar ao motor 1.0 mais potência, e algumas delas sequer estão no motor em si. A otimização do chassi desses veículos, por exemplo, permitiu que eles se tornassem mais leves e ganhassem mais torque (uma relação entre potência e peso do veículo) nas retas, bem como mais performance nas curvas, dado o novo desenho estrutural do veículo.
Para além da potência e da performance, hoje os carros 1.0 também oferecem mais conforto e experiência ao condutor e passageiros, com ar condicionado, Air Bag, ABS, direção hidráulica, controles eletrônicos e outros adicionais diferentes oferecidos por cada montadora.